Ergonomia é negócio, não
despesa
Em um mundo corporativo cada
vez mais atento à saúde mental, à produtividade e à retenção de talentos,
ignorar a ergonomia do ambiente construído é um erro estratégico. A forma como
os espaços físicos são organizados, iluminados, mobiliados e utilizados impacta
diretamente na motivação, no desempenho e na saúde das equipes. E mais do que
isso: impacta nos resultados financeiros da empresa.
Não se trata apenas de
conforto. Trata-se de criar ambientes que impulsionem performance sustentável.
A ergonomia, quando pensada desde a concepção dos espaços, se transforma em uma
poderosa aliada da produtividade, reduzindo afastamentos por doenças
ocupacionais, melhorando o clima organizacional e otimizando o uso do espaço
físico.
Ergonomia do ambiente
construído: o que os dados nos mostram
Um estudo conduzido por Vilma
Villarouco e Luiz Andreto (2005) avaliou o impacto da configuração espacial em
empresas de consultoria e demonstrou que variáveis como iluminação,
temperatura, disposição do mobiliário e privacidade afetam diretamente a
produtividade e o bem-estar. A conclusão? Ambientes bem planejados são aliados
estratégicos da gestão de desempenho.
Outro recorte importante vem
da pesquisa de Ilaine dos Santos e Laura Martins (2010), que associou a
satisfação no trabalho com a ergonomia do espaço. Os ambientes que atendiam aos
critérios ergonômicos apresentaram índices significativamente maiores de
engajamento e menor rotatividade.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), problemas ergonômicos estão entre as principais causas de afastamento do trabalho no mundo. No Brasil, estima-se que doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT) impactem bilhões de reais em custos diretos e indiretos para as empresas anualmente.
De custo a investimento: o que as empresas podes fazer agora?
A seguir, algumas ações
práticas que as empresas podem implementar com um programa de ergonomia:
✅ Mapear o ambiente construído
Realizar uma avaliação
ergonômica dos ambientes, identificando pontos de desconforto físico e
cognitivo (ruídos, má iluminação, temperatura, mobiliário inadequado, fluxo
confuso).
✅ Reorganizar com base em atividades
A ergonomia do ambiente deve
respeitar as tarefas realizadas, e não apenas normas genéricas. Um layout
centrado nas necessidades dos usuários aumenta a eficiência.
✅ Medir o impacto
Implantar indicadores como
número de afastamentos, turnover, satisfação dos colaboradores e produtividade
por equipe, antes e depois das melhorias.
✅ Formar líderes conscientes
Capacitar gestores e líderes
sobre o papel estratégico do ambiente. Um bom espaço de trabalho é uma
ferramenta de gestão, não apenas de infraestrutura.